segunda-feira, 14 de junho de 2010

Desenhos

Achei em meus "alfarrabios" um artigo que guardei a algum tempo, e que vai de encontro a uma postagem antiga, de 12/04/10, "Reflexões sobre a Páscoa", onde comento sobre o desenho estereotipado, o que damos prontos para os alunos pintarem.
As datas comemorativas nos "hipnotizam" com estes tipos de atividade, por que é bonitinho, fácil, agrada aos alunos e pais. Mas este engano tem um preço: "Algumas crianças dizem, então, não saber desenhar e com isto estão querendo dizer que não sabem fazer estereótipos, que não sabem desenhar igual à professora. Estão, em última análise, mostrando que já se tornaram inseguras em relação ao desenho, não acreditam mais que são capazes."(Vianna, Maria Letícia. 1994)
Quantas vezes escutamos isso dos alunos, que não sabem desenhar? E nós é que não intencionalmente fazemos com que pensem assim, ao valorizar a famosa folhinha mimeografada, o xerox...
Sobre os danos, ainda diz que "Os desenhos estereotipados empobrecem a percepção e a imaginação da criança, inibem a sua necessidade expressiva, embotam seus processos mentais, não permitem que desenvolvam naturalmente suas potencialidades. estereotipar quer dizer simplificar, esquematizar, reduzir a expressão mais simples."(Vianna, Maria Letícia.1994)
Muitos de nós, já adultos, temos o desenho pobre, pois nos acostumamos as cópias e pinturinhas em nossa época escolar. Em avaliação, a maioria dos adultos, inclusive os de nível universitário, desenham como crianças ainda, ou seja, evoluíram em muitos aspectos, menos nesse. O que podemos agora que tomamos consciência, é evitar perpetuar isto com nossos alunos.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Meritocracia

Esta novidade do Governo Federal em propor a avaliação dos profissionais em educação deve ser pensada com cautela. Sabemos que, como em todas as profissões, existem aqueles que aparentemente não sabem o que estão fazendo, e se sabem, não se importam em ser maus profissionais. A acomodação de um cargo público traz esta desvantagem. Estas pessoas estão revoltadas com a possibilidade de ver seu salário diminuido caso não exerça um bom trabalho.
Mas tem o outro lado: como avaliar o profissinal através da aprendizagem dos alunos? Todo professor, que já esteve em uma sala de aula (existem profissionais envolvidos na educação que nuca entraram em uma turma!!!) sabe que o aluno aprende quando quer, está preparado emocionalmente, tem estrutura familiar, etc. Vários fatores que não serão levados em conta. E pode ser pior: uma aprovação em massa, para evitar diminuir o salário do "professor reprovador", que normalmente estão nas disciplinas mais básicas, que são Português e Matemática. Assim teremos alunos adentrando o Ensino Médio sem saber redigir um texto, ou realizar as quatro operações.
Outro aspecto, mais preocupante, é que as avliações passarão pela Direção das escolas. Assim como existem profissionais neste setor de moral ilibada, existem aqueles que irão ajudar ou prejudicar professores conforme suas conveniências pessoais (aqui pode-se ler eleitorais). Todos sabem que em algumas escolas ainda reinam as famosas "panelas". Se a vida dos "fora da panela" já era difícil antes, imaginem quando a direção tiver o poder de diminuir seu salário?
Uma solução , encotrada na Finlândia, é a de pagar um salário muito bom aos professores,que devem ser superqualificados, atraindo as maiores inteligências para esta área, ao invés do que ocorre aqui no Brasil, onde quem não se enquadra em outras áreas acaba "caindo" para a educação.
Para saber mais: Zero Hora - Meritocracia em debate:como melhorar a educação no Brasil? (Itamar Melo)