domingo, 20 de dezembro de 2009

Regina Hara

     Quando Paulo Freire propôs a palavra chave e tema gerador, não imaginou que estas práticas poderiam se mecanizar com o tempo, perdendo seu significado. O que Regina Hara quer nos fazer entender, é que o educador do EJA precisa usar esta palavra chave não somente como um decodificador de símbolos gráficos, mas que tenham real significado para os alunos compreenderem o mundo em que vivem. Para que sejam agentes de sua aprendizagem, relacionar e construir conceitos, bem como reconstruí-los com a aquisição de novos conhecimentos.
     Fala-se muito sobre respeitar os pressupostos dos alunos, e sabe-se que os alunos tanto do EJA quanto as crianças possuem idéias de como se dá a escrita, que são letras, que não se repetem, etc, mas será que estamos respeitando o conhecimento da realidade e experiência de vida destas pessoas? Tanto os adultos quanto as crianças não são “folhas em branco” onde podemos começar uma nova história, mas sim um livro há muito escrito, onde este aluno vai lançar um novo olhar e escrever de forma diferente esta história, a partir de novas aprendizagens.
     Há a necessidade de um compromisso político dos educadores para uma alfabetização que leve a discussões críticas-políticas que desenvolvam uma aprendizagem além da leitura e da escrita. Leitura de mundo, escrita para a comunicação e expressão e um estado de letramento que intervenha no meio em que vivem, seja através da consciência, seja por meio de ações de mudanças. O importante é colocarem-se como co-autores de sua própria história e história coletiva.

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